quinta-feira, 30 de abril de 2009

Nova "Lei Rouanet" poderá ser aprovada em breve no Congresso Nacional

Termina daqui a 9 dias, o prazo para consulta pública das diretrizes do Programa de Fomento e Incentivo à Cultura, o Profic. Após o prazo, o documento será encaminhado para aprovação e promulgação no Congresso Nacional.
O programa, tido como Lei Rouanet reformulada, priorizará a criação de fundos setoriais, que deverão ser divididos de acordo com as demandas de atividades culturais do país, e por isso contará com maior participação da iniciativa pública para direcionar diretamente os recursos à cultura em geral.

Distorções da lei

Uma das principais queixas feitas a então vigente Lei Rouanet, é que a cultura fica à mercê dos humores de entidades privadas, que através do recurso de renúncia fiscal previsto na lei, acabam sendo donos de R$ 9,00 de cada R$ 10,00 captados, enquanto o Fundo Nacional da Cultura (FNC), correspondente ao fomento direto pelo MinC, detém o R$ 1,00 restante.
Outro aspecto de discussão é a monopolização de 80% dos recursos pela região Sudeste, enquanto as demais têm de dividir os 20% restantes. Esses e outros dados mais robustos sobre o funcionamento da lei encontram-se no documento dos debates promovidos pelo Ministro da Cultura, Juca Ferreira.

O FSA

Apesar das discussões sobre a melhora das políticas dentro da cadeia de produção audiovisual, o setor é relativamente privilegiado em comparação com outras áreas da cultura, por contar com uma programação específica dentro do FNC.
O Fundo Setorial Audiovisual, criado em dezembro de 2006, tem seus recursos provenientes da própria atividade econômica, de contribuições arrecadadas pelos agentes do mercado, principalmente da Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional, a CONDECINE, e do Fundo de Fiscalização das Telecomunicações, o FISTEL.
Atualmente, estão disponíveis aproximadamente R$ 90 milhões para aplicações no setor. Deste total, R$ 74 milhões serão destinados às ações do FSA ao longo de 2009.

Para acompanhar as discussões sobre a reforma da lei de incentivo à cultura acesse o blog da Rouanet.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Drama vencedor do Festival de Cannes de roteiro, "O Silêncio de Lorna", chega em DVD no Brasil

Vencedor do Festival de Cannes 2008, na categoria de melhor roteiro, o longa-metragem "O Silêncio de Lorna" (Le Silence de Lorna) acaba de chegar as locadoras em DVD pela Imovision e já pode ser conferido no Brasil. Apresentando o formato de tela 16/9 1.85 e àudio Stereo 2.0 somente em francês, com lengedas em português e inglês, o DVD apresenta alguns extras como entrevistas com os irmãos Dardenne e com a atriz Arta Dobroshi.

Produzido em parceria pela Bélgica e França, o drama é dirigido e roteirizado por Jean-Pierre Dardenne e Luc Dardenne, os diretores de cinema belgas, que já foram premiados por outras produções como "Rosetta" (1999) e "A Criança" (2005).
FILMOGRAFIA DOS IRMÃOS DARDENNE (ROTEIROS)
# Le silence de Lorna (2008) # Chacun son cinéma ou Ce petit coup au coeur quand la lumière s'éteint et que le film commence (2007) # L'enfant (2005) # Le fils (2002) # Rosetta (1999) # La promesse (1996) # Je pense à vous (1992) # Falsch (1987) # Il court... il court le monde (1987) # Leçons d'une université volante (1982) # R... ne répond plus (1981) # Pour que la guerre s'achève, les murs devaient s'écrouter (1980) # Lorsque le bateau de Léon M. descendit la Meuse pour la première fois (1979)

"O Silêncio de Lorna" conta a história de Lorna, uma jovem imigrante albanesa, que vive na Bélgica, onde sonha abrir uma lanchonete com seu namorado Sokol. Para realizar seu sonho, ela entra num esquema escuso planejado por Fabio, casando-se com Claudy, jovem viciado em drogas, e conseguir assim a cidadania belga. A idéia é Lorna se casar em seguida com um mafioso russo, disposto a pagar muito por isso. Para que esse segundo casamento se dê rapidamente, Fabio tenciona matar Claudy. No entanto, Lorna acaba se apegando ao rapaz e se nega a compactuar com o crime.

"O Silêncio de Lorna" já se encontram disponível para locação em todo o Brasil e seu DVD para o mercado de varejo devem chegar as lojas apenas no segundo semestre desse ano. Abaixo segue a arte da capa dos lançamentos.
FICHA TÉCNICA: Título Nacional: O Silêncio de Lorna Título original: Le Silence de Lorna 2008, França. 105 min, Color, Dolby Digital, Àudio: Francês Gênero: Drama Direção: Jean-Pierre Dardenne, Luc Dardenne Roteiro: Jean-Pierre Dardenne, Luc Dardenne Produção: Jean-Pierre Dardenne, Luc Dardenne Produção executiva: Olivier Bronckart Trilha Sonora: Julie Brenta Direção de fotografia: Alain Marcoen Montagem: Marie-Hélène Dozo Direção de arte: Igor Gabriel ELENCO: Arta Dobroshi - Lorna Olivier Gourmet - L'inspecteur Morgan Marinne - Morgan Marinne Jérémie Renier - Claudy Moreau Fabrizio Rongione - Fabio Alban Ukaj - Sokol

sábado, 25 de abril de 2009

Estômago venceu em 5 categorias do Grande Prêmio Vivo do Cinema

"Estômago" ganhou ontem em cinco categorias no Grande Prêmio Vivo do Cinema Brasileiro. O filme de Mauro Jorge ganhou em Melhor Filme tanto pelo júri e quanto pelo voto popular, Diretor, para Marcos Jorge, ator coadjuvante, para Babu Santana pelo papel do presidiário Bujiú, e roteiro original, o qual foi escrita a quatro mãos por Lusa Silvestre, Marcos Jorge, Cláudia da Natividade e Fabrizio Donvito. A entrega dos prêmios ocorreu na casa de espetáculos Vivo Rio e foi apresentada por Marilia Pêra e Daniel Filho.

O longa já havia sido premiado anteriormente no Festival do Rio 2007, Festival de Punta del Este, Grande Prêmio Cinema Brasil, Festival do Uruguai e emana Internacional de Cinema de Valladolid. O filme é a estréia do direto em longa-metragens de ficção, o qual foi inspirado no conto “Presos pelo Estômago”, de Lusa Silvestre, que também assina o argumento do filme.

Esta foi a primeira produção a usar o acordo de produção entre Brasil e Itália assinado na década de 70. As filmagens foram feias no Brasil, em Curitiba e São Paulo, mas a finalização foi feita em Milão e Roma. Ele também foi vencedor do Prêmio de Produção de Baixo Orçamento do Ministério da Cultura. Sobre isso, o diretor se manifestou na premiação: "Esse filme é uma aventura que deu muito certo. É uma prova de que as lacunas, as dificuldades, podem ser preenchidas pela paixão da equipe."

Veja aqui o trailer do filme:

terça-feira, 14 de abril de 2009

[Perfil] Nelson Pereira dos Santos

Diretor, roteirista e ator, Nelson Pereira dos Santos, nasceu em São Paulo, no dia 22 de outubro de 1928. Formou-se em Direito, mas acabou atuando na imprensa e fez alguns curtas-metragens de inspiração militante.

Seus primeiros trabalhos foram como diretor assistente em filmes como "O Saci" (1951), "Agulha no Palheiro" (1953) e "Balança Mas Não Cai" (1953), mas foi em 1955, que estreou como diretor no filme "Rio 40 Graus", filmado nas ruas da cidade carioca, onde mostrava pessoas reais.

Até hoje, Nelson é considerado um dos lideres do Cinema Novo, movimento dos anos 60 e 70 que criou um cinema nacional. Seu trabalho de maior destaque foi no filme "Vidas Secas" (1963), adaptação do romance homônimo de Graciliano Ramos, longa-metragem considerado por muitos como a obra-prima do cineasta.

Na televisão, algumas de suas participações como diretor foram nas produções "Cinema Rio" (1980), "Mundo Mágico" (1983), "A Música Segundo Tom Jobim" (1984), "Bahia de Todos os Santos" (1985) e "Casa-Grande & Senzala" (2001-02).

No ano de 2006, teve seu trabalho consagrado ao se tornar o primeiro cineasta brasileiro a se tornar imortal, sendo eleito para a Academia Brasileira de Letras (leia seu discurso de posse), ocupando a cadeira de número 07, cujo patrono é Castro Alves.

FILMOGRAFIA - ROTEIROS
# Brasília 18% (2006)
# Raízes do Brasil: Uma Cinebiografia de Sérgio Buarque de Hollanda (2003)
# Cinema de Lágrimas (1995)
# A Terceira Margem do Rio (1994)
# Jubiabá (1987)
# Memórias do Cárcere (1984)
# A Missa do Galo (1982)
# Insônia (1980)
# Tenda dos Milagres (1977)
# O Amuleto de Ogum (1974)
# Quem é Beta? (1972)
# Como Era Gostoso o Meu Francês (1971)
# Azyllo Muito Louco (1970)
# Fome de Amor (1968)
# El justicero (1967)
# Boca de Ouro (1963)
# Vidas Secas (1963)
# Mandacaru Vermelho (1961)
# Rio Zona Norte (1957)
# Rio 40 Graus (1955)

CONFIRA OS 10 MIN. INICIAIS DE "VIDAS SECAS"
Link: http://www.youtube.com/watch?v=guzCUDA-HLM

Crédito: Ilustração da Academia Brasileira de Letras

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Filme "Chega de Saudade" é premiado em Marselha

O filme Chega de Saudade (2008) foi premiado na 11ª edição dos Encontros de Cinema Sul-Americano em Marselha, que terminou na sexta-feira passada, 03 de abril. O longa ganhou nas categorias de melhor filme e melhor atuação masculina e feminina (para o conjunto dos atores em cada gênero). Dirigido pela paulistana Laís Bodanzky, Chega de Saudade teve grande projeção após ser laureado no 40º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, com os prêmios (Candango) de melhor direção e melhor roteiro por Luiz Bolognesi. Em 2000, a diretora foi premiada no mesmo festival pelo melhor filme, Bicho de Sete Cabeças, também roteirizado por Bolognesi.


http://www.youtube.com/watch?v=nANcvZspC0w