quinta-feira, 30 de outubro de 2008

[Perfil] Daniela Thomas e Walter Salles

Com o lançamento neste ano de “Linha de Passe”, Daniela Thomas e Walter Salles dão prosseguimento a uma parceria em roteiros e direção de filmes que teve início há mais de dez anos, em 1995 com “Terra Estrangeira” e que é seguramente um dos filmes mais importantes do cinema brasileiro da década de 90. A dupla também realizou “O Primeiro Dia” em 1999, encomendado por uma TV francesa.

Além disso, em 2001, Daniela participou da construção de alguns diálogos de “Abril Despedaçado” de Salles. Ambos ainda fizeram juntos dois curtas, “Castanha e Caju Contra o Encouraçado Titanic” (2002) e o episódio “Longe do 16º Distrito” do projeto coletivo “Paris, te amo” (2006)

A relação Professional de Daniela e Walter começou em 1994, quando ela foi convidada a fazer a direção de arte de um especial sobre Tom Jobim e João Gilberto dirigido por Walter Salles e Boninho para a TV Globo. Nessa época, Daniela já havia construído uma carreira sólida na área de cenografia, figurinismo e iluminação, inclusive no teatro, com Gerald Thomas, com quem trabalhou na Companhia de Ópera Seca.

Filha do cartunista Ziraldo, Daniela nasceu em 1959. Formada em História, foi para Londres no início dos anos 80, onde assistiu aulas na International Film School. Na cidade inglesa, dirigiu o curta “The Others And I” (1981). Em 1995, ela participou da Quadrienal de Cenografia, Indumentária e Arquitetura Teatral de Praga, a maior exposição de cenografia do mundo. Lá, ela recebeu o prêmio máximo, juntamente com a delegação brasileira, encabeçada por Ruth Escobar e composta pelos cenógrafos José de Anchieta e J. C. Serroni.

Três anos depois, recebeu o prêmio Sharp por seu trabalho nos figurinos e cenografia da peça “Don Juan”. Daniela Thomas dirigiu dois curtas-metragens, “Adão ou Somos Todos Filhos da Terra” (1998) e “Armas e Paz” (2003). Roteirizou também “Menino Maluquinho 2: A Aventura” (1998), baseado no personagem criado por seu pai.

Walter Salles Júnior é filho do embaixador e banqueiro Moreira Salles, fundador do Unibanco. Nasceu em 1956 na cidade do Rio de Janeiro. Pensando seguir a carreira do pai, cursou economia na PUC-RJ. Depois de formado, foi para os Estados Unidos estudar comunicação audiovisual na Universidade da Califórnia, a mesma que formou George Lucas.

Salles começou a carreira na publicidade, realizando centenas de filmes comerciais. Dirigiu, ainda nos anos 80, séries televisivas, como “Conexão Internacional” e “Japão – Uma Viagem no Tempo” Em 1985, abre com o irmão João Moreira Salles, documentarista, e um terceiro sócio a produtora Videofilmes. Na produtora, realizou seu primeiro trabalho em curta-metragem, um documentário, “Krajcberg – O Poeta dos Vestígios” (1987), sobre o artista plástico emigrado da Polônia para o Brasil em 1948.

Desde então, Salles tem atuado, de forma intensa, tanto em direção e roteiro quanto em produção. Nesse último setor, tem atuado inclusive em filmes estrangeiros, como dois filmes do diretor argentino Pablo Trapero, “Nacido y Criado” (2006) e “Leonera” (2008). No Brasil, obras de relevo como “Cidade de Deus” (2002), “Madame Satã” (2002) e “O Céu de Suely” (2006) tiveram Salles como produtor ou co-produtor.

Na direção de longas-metragens, Salles tem uma das carreiras mais premiadas do cinema brasileiro recente. O filme “Central do Brasil” (1998), por exemplo, foi indicado a dois prêmios no Oscar (Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Atriz), ganhou o Leão de Ouro e o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Berlim e venceu o BAFTA de Melhor Filme Estrangeiro.

Fututro(s) do Brasil

Tomando como referência os três longas realizados pela dupla, é interessante observar a diferença de tom que caracteriza cada um desses trabalhos. Nesses treze anos que separam “Terra Estrangeira” de “Linha de Passe”, o Brasil mudou muito e as próprias condições do fazer cinematográfico igualmente se alteraram. Pra melhor? Sim, pode-se dizer que sim. E essa mudança se reflete nos filmes.

De uma visão desesperançada do futuro em 1995, temos em 1999 um futuro em aberto, que pode trazer melhorias, apesar das perdas que a vida impõe pelo caminho. Já em 2008, Daniela e Salles parecem sugerir que a vida é, sim, cheia de possibilidades promissoras. Precisamos apenas assumir a direção das coisas.
Numa entrevista dada recentemente ao Canal Brasil Walter Salles disse não se preocupar mais com números de bilheteria ou arrecadação. O importante é realizar filmes que possam, de uma maneira ou de outra, criar uma identidade brasileira, onde os brasileiros possam se reconhecer na tela. Em outras palavras, criar um imaginário nacional. Daniela e Salles, sem dúvida, contribuem com obras fundamentais para a constituição desse imaginário brasileiro.

Algumas críticas publicadas na internet a respeito dos longas feitos pela dupla:

http://www.contracampo.com.br/77/dvdvhsterraestrangeira.htm

http://www.contracampo.com.br/11-12/oprimeirodia.htm

http://www.revistacinetica.com.br/linhadebate.htm

E para quem não assistiu os filmes, aí vão os trailers / trechos dos três:

http://www.youtube.com/watch?v=q6awC712onM

http://www.youtube.com/watch?v=EhgFyCAVW00

http://www.youtube.com/watch?v=htb3pX-6CVA

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Uma estrela diferente brilha em nossas terras

A 32ª Mostra de Cinema de São Paulo teve uma diferença que a destacou de outras edições. O diretor alemão Wim Wenders, expoente do chamado “Novo Cinema Alemão” foi convidado a escolher 15 filmes para exibição da mostra, além de receber o Troféu Humanidade, o qual já premiou Manoel de Oliveira, Eduardo Coutinho e Amos Gitai.

No dia 21, Wenders falou aos estudantes da FAAP junto do organizador Leon Cakoff. A aluna
Laila Pas, do curso de cinema da faculdade, se sentiu honrada pela presença ilustre, que ela classificou como um dos grandes nomes entre os cineastas. “Só pela oportunidade de ter um cineasta desse porte no Brasil, em um evento organizado por brasileiros, traz visibilidade para o mercado daqui”. Ela também destacou os temas “humanitários”, os sentimentos e as escolhas do indivíduos tratados em seus filmes. "A vinda dele prova que a trajetória da Mostra nesses 32 anos para trazer filmes do mundo todo, sua luta contra a censura, tudo valeu a pena".

Segundo a estudante, a Carta Branca foi uma escolha pessoal de Cakoff, o qual disse no debate que sua trajetória pelo mundo do cinema se confunde com os filmes do diretor. “Wenders disse que mandou a lista e logo em seguida falou com Carkoff, disse que havia mudado ela, que era difícil escolher os melhores”. Entre os escolhidos, são dele apenas seu novo filme, Palermo Shooting e Invisíveis, no qual assina um episódio.

Em recente sabatina à Folha, Wenders afirmou que escreve roteiros falsos para conseguir o financiamento para um filme, mas que logo os descarta, pois prefere fazer filmes sem planejamento, para captar melhor a realidade. Asas do Desejo, ganhador de prêmios em Cannes e em vários festivais europeus, foi citado pelo diretor sobre como uma obra sua sem roteiro. Paris, Texas, outra de suas obras mais importantes, foi feita com um final planejado que ele classificou de "ridículo", para ter um roteiro para mostrar aos investidores.


Palermo Shooting trata da jornada de um fotógrafo que é perseguido pelo tema da morte até a cidade siciliana de Palermo, onde ocorre um Festival da Morte, em que começa a lidar com isso de outra forma.

Veja o trailer:

Esquimós e winnipegers: cada um narra de um jeito

Buscar a história de uma cidade, casada com a memória afetiva que se tem dela. Foi o que fez Guy Maddin com Meu Winnipeg (2007), filme exibido no 32º Festival Internacional de Cinema de São Paulo. O diretor canadense [de Winnipeg] costura seu longa com eventos reais sobre a cidade de Winnipeg e a visão de suas próprias experiências dentro dela. Para tanto, ele usa de cortes, colagens e acelerações – técnica muito utilizada no vídeo-clipe – para construir sua fábula.

Cássio Carlos Starling, crítico de cinema, diz em matéria à
Folha de S. Paulo, que Maddin buscou seu roteiro fílmico na matriz do cinema-olho de Vertov. Em Meu Winnipeg , a câmera vive, passeia pela cidade sempre sentindo os lugares, os movimentos, buscando o registro histórico e a subjetividade através da objetiva. No entanto, o winnipeger separa-se de Vertov quando inocula no enredo não só a história da cidade canadense, mas a sua própria história junto a ela. O resultado é um documentário hipersubjetivo, com uma narrativa onírica e, até mesmo, delirante.

Essa realidade ficcional é uma das peças constituintes do feitio documental. O americano Robert Flaherty (1884 – 1951) tocou o cerne do conflito cinema ficcional X documentário, com seu filme Nanook, o esquimó (1921), durante o começo do século XX. Flaherty houvera filmado sua jornada pelo Alasca em 1913. No entanto, os negativos dessa filmagem foram destruídos por um incêndio. Assim, em 1920, o diretor retorna ao Alasca para recriar, de modo autêntico ao original, o que havia perdido nas chamas. Isso fez com que Flaherty reproduzisse, através da montagem dos planos, costumes perdidos pelos esquimós entre os anos em que o primeiro material fora filmado e a “regravação” do segundo.

“Ele cria uma história dos relacionamentos, formas de trabalho e costumes daquele povo. Não importa a ordem em que ele filmou, mas como ele coloca o material cronologicamente”, pontua Gláucia Davino, doutora em cinema pela USP e professora do curso de publicidade e propaganda da Universidade Mackenzie. De acordo com a professora, Flaherty narrava histórias ficcionais através da realidade capturada pelo filme sem, porém, contar mentira alguma.

“O que é mais flagrante em Nanook não é seu lugar de ilusionismo discursivo ou de realidade transcrita, mas o modo como ele registra o momento em que o cinema descobre, em seu aparato técnico, a possibilidade de uma dramaturgia liberta dos padrões de captação, iluminação, interpretação e segurança dos palcos-estúdios” diz o cineasta Felipe Bragança, em matéria à revista virtual de cinema
Contracampo.

Tanto Nanook como Meu Winnipeg, inserem-se dentro de um cinema que não está preocupado com os embates da ficção com realidade. Os dois procuram, através da brincadeira com os planos, um jeito de narrar uma fábula: seja ela reprodutível como acontecimento, seja ela uma visão particular do real. (RB)

Abaixo, um trecho de Nanook, o esquimó (1921):

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

[Perfil] Flávio Cândido

Flávio Cândido começou realizando filmes em Super 8 em Juiz de Fora, MG. Em 1985, se formou em cinema pela Universidade Federal Fluminense. Já realizou 17 curtas e médias entre filmes de ficção, documentários e ensaios. Seu roteiro de “O Revisionista e o Fora-da-Lei” recebeu um prêmio do Ministério da Cultura em 1998.

Seu último filme, “A Terceira Morte de Joaquim Bolívar”, é uma comédia política que começa 1964 e vem até os dias de hoje, quando um militante do Partido Comunista, Joaquim Bolívar, chega em uma pequena cidade que espera o progresso que promete a construção de uma usina hidrelétrica. Ele reflete a própria vida do cineasta, que esteve envolvido com os movimentos estudantis na década de 70 e tem como referência a queda do socialismo e o conformismo daqueles que lutaram na juventude, mas desistiram de seus ideais.

Também realizou programas para a TV e peças publicitárias, além de ser escritor e ter trabalhado como crítico de cinema no jornal “O Fluminense”, de Niterói. Realizou escolas de cinema para o projeto Escola da Paz, da Unesco. Coordena o “Caravana Holiday”, voltado à qualificação para cinema para estudantes, professores e público em geral.

Ficha do filme “A Terceira Morte de Joaquim Bolívar”

[Perfil] Andrucha Waddington

Nascido no Rio de Janeiro, em 1970, o diretor, produtor de cinema e publicidade brasileiro, Andrew "Andrucha" Waddington, é mais conhecido por seu trabalho na direção de longas-metragens de sucesso, mas o que pouco é divulgado, é que Waddington também já trabalhou na produção de diversos roteiros como os de "Maria Bethânia - Pedrinha de Aruanda", "Casa de Areia" e "Os Penetras", que estréia ano que vem nos cinemas.

Junto com o cunhado, o diretor Cláudio Torres, Waddington é sócio da Conspiração Filmes, desde 1995. Casado com a atriz Fernanda Torres, com quem tem dois filhos, Joaquim (8 anos) e Joaquim (2008), Andrucha também já foi casado antigamente com Kiti Duarte, mãe dos seus dois filhos mais velhos, João e Pedro.

Vencedor de alguns prêmios, seu filme mais premiado foi "Eu Tu Eles" (2000) que ganhou o prêmio de Melhor Filme no Festival de Havana e o prêmio de Melhor Filme e o Prêmio da Crítica no Festival de Cartagena.

No ano passado, dirigiu a série "Retrato Celular", onde jovens de quatro estados filmaram suas rotinas e mostram seu dia-a-dia. A série, com oito capítulos, era gravado pelos jovens e foi exibida no Multishow, parceiro do projeto.

Além de seu trabalho com o cinema, já dirigiu videoclipes de vários artistas, entre eles Skank, Arnaldo Antunes, Djavan, Caetano Veloso e Marina. Na publicidade, se destacou dirigindo campanhas para grandes marcas nacionais e internacionais.

FILMOGRAFIA:

DIREÇÃO
# Maria Bethânia - Pedrinha de Aruanda (2007)
# 'Y Ikatu Xingu (2006) [TV]
# Casa de Areia (2005)
# Viva São João! (2002)
# Gilberto Gil: Tempo Rei (2002)
# Outros (Doces) Bárbaros (2002)
# Os Paralamas do Sucesso - Longo Caminho (2002)
# Eu Tu Eles (2000)
# Gêmeas (1999)

PRODUÇÃO
# Os Penetras (2009)
# Maria Bethânia - Pedrinha de Aruanda (2007)
# Casa de Areia (2005)
# Viva São João! (2002)
# Amyr Klink - Mar Sem Fim (2002)
[TV]
# Surf Adventures - O Filme (2002)
# Outros (Doces) Bárbaros (2002)
# Bufo & Spallanzani (2001)
# Eu Tu Eles (2000)
# Gêmeas (1999)

ROTEIROS
# Os Penetras (2009)
# Maria Bethânia - Pedrinha de Aruanda (2007)
#
Casa de Areia (2005)
# Viva São João! (2002)
# Outros (Doces) Bárbaros (2002)
# Gêmeas (1999)

domingo, 19 de outubro de 2008

[Perfil] Di Moretti

Formado em Rádio & TV pela FAAP e jornalismo pela PUC-SP, Di Moretti é roteirista, além de ter sido redator em revistas, jornais e rádios. Seu primeiro roteiro foi do documentário O Velho – A História de Luiz Carlos Prestes (1997), dirigido por Toni Venturi e premiado na categoria Melhor Filme do festival “É Tudo Verdade” (1997).

Di voltaria a trabalhar com Venturi em Latitude Zero (2001) - Melhor Roteiro Festival de Brasília - (2000) seu primeiro roteiro nas aléias da ficção, uma adaptação do texto teatral de Fernando Bonassi, As Coisas Ruins da Nossa Cabeça. Ainda das ribaltas às telas, o roteirista escreveria para Reinaldo Pinheiro, Nossa Vida Não Cabe Num Opala (2008), adaptação da peça Nossa Vida Não Vale Um Chevrolet, de Mário Bortolotto.

Outros roteiros de Di Moretti são: Cabra-Cega (2004), laureado com o prêmio de Melhor Roteiro do 37ª Festival de Brasília; Filhas do Vento (2004), Melhor Roteiro do 2º Paratycine (2005) e 8 Kikitos no 32º Festival de Gramado (2004); As Vidas de Maria (2005), ganhador do prêmio “Brasil Cinema” – Baixo Orçamento MinC.

Além de atuar como roteirista, Di Moretti é professor de cursos de roteiro cinematográfico e consultor de laboratórios como os do Sundance Institute e SESC Rio de Janeiro. Também fundou e, atualmente, preside a AC, a associação Autores de Cinema, que luta por melhor reconhecimento e proteção da atividade de roteirista no Brasil, assim como sua profissionalização por aqui.

Confira os trailers de Latitude Zero e O Velho - A História de Luiz Carlos Prestes:

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

[Perfil] Denise Bandeira

Denise Bandeira começou como atriz no teatro e, em 1976, foi chamada para atuar no filme “O Vampiro de Copacabana”, de Xavier de Oliveira. O filme ficou inacabado, então trabalhou em O Pistoleiro, onde teve sua estréia nas telonas. Ela se encantou com o meio e passou a participar de diversos filmes da época.

Em 1978, trabalha em seu primeiro filme com Hugo Carvana, “Se Segura Malandro”, com quem iria se tornar uma parceira inseparável, tanto no cinema quanto na TV. Nesse ano também dirigiu e roteirizou o curta “Mal Incurável”.
Dentre os filmes realizados pela dupla, “Bar Esperança - O Último que Fecha” teve seu roteiro premiado no Festival de Gramado.

Na função de roteirista, participou de diversos programas da TV, como “Armação Ilimitada”, “A Vida Como Ela É” e a novela “Celebridade”, de Gilberto Braga. Seu trabalho mais recente em roteiro foi em 2003, colaborando com “Sexo, Amor e Traição”, de Jorge Fernando. O longa fala sobre infidelidade e separações em dois apartamentos vizinhos.

Site oficial de “Sexo, Amor e Traição”

Ficha do filme

Trailer

[Perfil] Marçal Aquino

Escritor, roteirista e jornalista free-lance, Marçal Aquino adaptou os livros Até o dia em que o cão morreu, de Daniel Galera e O cheiro do ralo de Lourenço Mutarelli para os respectivos filmes, Cão sem dono (2007) e O Cheiro do Ralo (2006) com Selton Mello. Além disso, Aquino escreveu O Invasor (2002) dirigido por Beto Brant, que virou posteriormente um livro homônimo. Outros trabalhos com Beto Brant foram: Crime delicado (2005) com Marco Ricca, Ação entre amigos (1998) e Os matadores (1997).

O escritor-roteirista de 1958 é natural de Amparo-SP, e lá começou a escrever para jornais da cidade. Posteriormente, foi repórter e redator de futebol no Estadão, e, logo depois, subeditor de Geral-cidade, comportamento e polícia do Jornal da Tarde. Essa experiência como jornalista deu lastro às criações de thrillers policias muito apreciados por alguns diretores brasileiros.

A primeira obra de Aquino foi um livro de poesias, Por bares nunca dantes naufragados (1985). O escritor ganhou o V Prêmio Bienal Nestlè de Literatura – Conto (1991) pelo livro As fomes de Setembro e o Prêmio Jabuti 2000 por O amor e outros objetos pontiagudos, e atuou como consultor no IV Laboratório de Roteiros Sundance/Riofilme em 2002 a convite do Sundance Institute, e é, também, membro da associação Autores de Cinema.

Seu trabalho mais recente para o cinema é o roteiro de Cabeça a Prêmio, que está em fase produção e sendo dirigido por Marco Ricca no Mato Grosso do Sul. O roteiro do filme é baseado em livro homônimo de Aquino.

Confira um trecho do filme O Invasor (2002) interpretado por Alexandre Borges e Marco Ricca:



Link: http://www.youtube.com/watch?v=efenlo9Zc1s

terça-feira, 14 de outubro de 2008

[Perfil] Tata Amaral

A cineasta brasileira Tata Amaral (Márcia Lellis de Souza Amaral) nasceu em São Paulo no dia 19 de setembro de 1960. Sua carreira nos cinemas começou em 1983, como assistente de produção, passando para diretora de produção e produtora-executiva. Se destacando com sua experimentação de linguagem e meios, suas produções conquistaram quase cinqüenta prêmios em festivais nacionais e internacionais.

O curta-metragem "Viver a Vida" (1991), foi seu primeiro trabalho como roteirista. Seis anos depois, Tata Amaral estreou com a direção de seu primeiro longa, "Um Céu de Estrelas" (1997), considerado pela crítica como um marco do cinema brasileiro. Sua estréia na produção de roteiros de longas-metragens aconteceu em 2000, com o filme "Através da Janela", na qual também teve participação dirigindo.

Seu primeiro livro,
"Hollywood - Depois do Terreno Baldio" (2007), reúne 56 contos e trata essencialmente do estado de espírito de personagens e do universo da periferia urbana, um universo doloroso. Vale citar que o material colhido para seu livro se deu durante as pesquisas para o filme "Antônia - O Filme", longa que recebeu o prêmio Petrobrás Cultural de Difusão de melhor ficção na Mostra de São Paulo.

FILMOGRAFIA
- Diretora
# Antônia - O Filme (2006) [Leia o Blog da série]

# Através da Janela (2000)

# Um Céu de Estrelas (1996)

- Atriz
# Garotas do ABC (2003)


- Produtora

# Antônia - O Filme (2006)

# Um Céu de Estrelas (1996)

# Moleque de Rua: O Nobre Pacto (1991)
[Curta-metragem]
# Viver a Vida (1991) [Curta-metragem]


- Roteirista
# Antônia - O Filme (2006)
# Através da Janela (2000)
# Viver a Vida (1991)
[Curta-metragem]

CURTAS:
- Diretora
# Vila Ipojuca (2003)

# Juke Box (2002)

# VinteDez (2001)

# O cinturão de Hipólita (1994)

# Não Usar o Santo Nome em Vão (1993)

# Orgulho (1992)

# Viver a Vida (1991)

# História familiar (1988)
# SP PAN 360° (1987)

# Queremos as ondas do ar (1986)

# Poema: Cidade (1986)

# Mude seu dial (1986)

Crédito: Ilustração retirada da Internet

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

[Perfil] Bráulio Mantovani

Bráulio Mantovani é formado em Letras pela PUC-SP e especializado em roteiro pela Universidade Autônoma de Madri, atuando como roteirista profissonal desde 1987. É autor da adaptação do livro Cidade de Deus (2002) e de Última Parada 174 (2008) - longa de Bruno Barreto que estréia dia 24 deste mês e selecionado pelo MinC para concorrer ao Oscar 2009 na categoria de melhor filme em língua estrangeira.

O paulistano de 1963, nascido no bairro do Ipiranga, destacava-se na escola pelo talento com redações e poesia. Passou a morar em São Bernardo do Campo aos 15 anos, e lá, formou-se em eletrotécnica, chegando a lecionar para o sindicato de metalúrgicos. Mantovani descobriu o teatro antes que o cinema. Participou de grupos de teatro e promovia performances estudantis dentro da PUC onde havia passado em Letras. Teve uma crítica elogiosa pela Folha de S. Paulo dos anos 80, ao atuar como Dionísio na peça Lusíadas or not Lusíadas? com estréia no Teatro Sérgio Cardoso.

Trabalhou em Nova Iorque com Zbig Rybczynsky - diretor polonês de filmes experimentais na época - como assistente de produção, câmera e direção.

Depois de NY, o roteirista rumou à Espanha onde estudou roteiro e escreveu uma peça de nome Menecma (sinônimo de sósia). Quando regressa ao Brasil, seu escrito é lido por Fernando Meirelles, que o convida para adaptar o livro Cidade de Deus, de Paulo Lins, às telas. Por esse feito, o roteirista tem sua obra indicada à categoria de melhor roteiro adaptado na edição 2004 do Oscar.

Além desses trabalhos, Mantovani colaborou com o roteiro do recente Linha de Passe (2008) dirigido por Walter Salles, co-roteirizou O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias (2006) e o polêmico Tropa de Elite (2007). Roteirizou, também, programas educativos para a TV Cultura, Canal Futura e TV Escola.

Abaixo, o trailer de Última Parada 174:



Mais sobre Bráulio e seus trabalhos:
# Autores de Cinema
#
IMDb
#
Fernanda Torres fala de Mantovani (Revista Piauí)
#
Marcelo Tas entrevista Mantovani (UOL Cinema)

Crédito: Ilustração retirada da Internet

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

[Perfil] André Sturm

A relação de André Sturm com o cinema é diferente do que se espera de um cineasta. Sua carreira se confunde entre a elaboração de filmes e a distribuição e exibição. Seu começo foi em 1984, quando estudava Administração na Faculdade Getúlio Vargas, onde começou a programar o cineclube de lá. Em 1986, escreveu um roteiro para seu primeiro curta-metragem, Arrepio, o qual ganhou um prêmio do Ministério da Cultura. Em 1988, fez "Nem tudo que é sonho se desmancha no ar".

No ano seguinte, lançou a Pandora, sua distribuidora, para suprir a falta de filmes menos comerciais, principalmente europeus, que não eram lançados por aqui. Depois foi para o departamento de programação da Cinemateca Brasileira. Em 1994, fez "Domingo no Campo".

Seu primeiro longa-metragem saiu apenas em 2002. "Sonhos Tropicais" conta a história do sanitarista Oswaldo Cruz e do combate à febre amarela. Em 2004, entrou em sociedade para a revitalização do cinema Belas Artes em São Paulo, o qual já estava fechado por dois anos. Agora em 2008, lançou "Bodas de Papel", um drama de amor, que segundo o diretor, retrata os sentimentos que temos na vida.

Site da Pandora Filmes
Site do HSBC Belas Artes

FILMOGRAFIA:
Sonhos Tropicais (2002)
Bodas de Papel (2008)

Crédito: Ilustração retirada da Internet

[Perfil] David Mendes

Roteirista e diretor de cinema e televisão desde o ano de 1990, David Mendes (David França Mendes – conheça seu blog oficial), atualmente é roteirista exclusivo da Mixer (produtora carioca), desde o mês de Julho de 2006. Trabalhando em projetos como longa-metragens, documentários e séries de TV.

Cinematograficamente, David Mendes, em 2005, escreveu seu primeiro roteiro para um longa americano. Produzido pela Reason Pictures, o longa "Américas", como foi intitulado, até hoje não fora produzido. David foi pago pelo roteiro e no final do ano, assumiu a coordenação do Laboratório Estação, projeto de cursos e oficinas do Grupo Estação, onde até hoje dá cursos de roteiro.

Seus projetos importantes mais recentes são os roteiros dos longas “Corações Sujos” (adaptação do livro de Fernando Moraes), “Procura-se” (de Michel Tikhomiroff) e "Um Romance de Geração - O Filme" (adaptação do romance de Sérgio Santana). Confira abaixo uma lista com os principais trabalhos de David Mendes.

FILMOGRAFIA - como Roterista
# "Um Romance de Geração - O Filme"
# "O Caminho das Nuvens" (2000-2003) [leia o roteiro original (em pdf)]
# "Irmãos de Fé" (2004)

SCRIPT DOCTOR
- numa versão intermediária do roteiro
# "Dom" (2003)

DOCUMENTÁRIO DE LONGA-METRAGEM
- Direção e Roteiro
# "2000 Nordestes", produzido pela L.C. Barreto, Tibet Filme e RioFilme. (1999-2001)

PROJETOS INTERNACIONAIS
# "Americas"

ROTEIROS PARA TV
# Mais de 200 programas dirigidos e escritos para o canal Futura
# Um dos roteiristas de "A Justiceira", série da Rede Globo, dirigida por Daniel Filho e escrita por Antonio Calmon

CURTAS
# "Colorbar" (1988)
# "Vaidade" (1990)
- Direção e Roteiro
# "Lona" (1991)
- Direção e Roteiro
# "O Coringa" (1993)
- Direção e Roteiro
# "Nem As Mães são Felizes" (2003)
- Direção e Roteiro
# "Marina" (2003) - Argumento do curta dirigido por Isabel Diegues
>> Saiba mais de seus curtas
CONFIRA UM TRECHO DO PRIMEIRO
CAPITULO DE "A JUSTICEIRA"


Link: http://br.youtube.com/watch?v=j0wIiajlvlI

Crédito: Ilustração retirada da Internet