sexta-feira, 5 de junho de 2009

Concurso irá selecionar roteiros para curtas e média-metragens

A Muzy Corp está promovendo, com apoio do Ministério da Cultura, um concurso de roteiros de curta-metragens ou média-metragens, o Filma Brasil. Os inscritos enviam seus roteiros, que ficam disponíveis no site para internautas e jurados avaliarem. Os prêmios são de R$ 40.000 para o melhor curta-metragem e R$ 70.000 para o melhor média-metragem. As inscrições podem ser feitas pelo site do Filma Brasil, que contém todas as informações. O projeto também possui um blog e uma conta no twitter, como forma de divulgação, além de informar acontecimentos relacionados à premiação. As inscrições irão até 31 de julho.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Histórias de Roteiristas: Bráulio Mantovani II

Diferentemente de alguém cansado, Mantovani mostrava-se eloqüente, e fez uma breve retrospectiva sobre a sua vida profissional.
Formou-se em Letras pela PUC-SP, já montou várias peças de teatro amador e trabalhou como jornalista da Folha de S. Paulo, fazendo matérias sobre teatro. “Falei de cinema na Folha apenas umas duas vezes”, recorda. Chegou a ser editor da Ilustrada, “mas daí meu nome começou aparecer muito, a idéia de status me assustava”. Aos 26 anos, o roteirista foi aos EUA sem saber falar inglês, e lá acompanharia Gerald Thomas na montagem de uma peça que acabou não acontecendo, pois, nesse ínterim, o diretor havia sido convidado para montar uma ópera na Alemanha.
Contudo, Bráulio permaneceu em terras americanas por mais tempo. Em Nova Iorque, ele torna-se assistente do diretor polonês de audiovisual, Zbig Rybczynski. Tomou algumas broncas por querer ser prestativo, contudo ganhou a confiança do diretor. Nos estúdios de gravação, arrumava os cenários, posicionava atores, montava os trilhos do traveling, entre outras coisas. Passou dois anos com o diretor e participou de três produções, até finalmente se deslocar para Madri em 1991.
Na capital espanhola, Mantovani faz um curso de especialização em roteiro cinematográfico. Escreve seus primeiros roteiros em espanhol utilizando-se de construções específicas do português, justamente por não dominar tão bem o idioma. Essa estratégia acabou lhe rendendo, por parte dos colegas, um estilo. “Pura ignorância” ri-se Bráulio.
De volta ao Brasil, o roteirista começa a trabalhar com vídeos empresariais e posteriormente com vídeos educacionais para a TV Cultura, TV Futura e a Fundação Roberto Marinho, nessa com o Telecurso 2000. É então que na produtora do programa, Mantovani conhece Fernando Meirelles, cineasta que lhe chama para roteirizar o livro de Paulo Lins, Cidade de Deus.

Continua...

terça-feira, 2 de junho de 2009

Histórias de Roteiristas: Bráulio Mantovani I

Depois de marcar, desmarcar e remarcar com a equipe do Histórias, Bráulio Mantovani nos recebeu em seu apartamento na Bela Vista, na última quinta-feira, 28. Fomos efusivamente recebidos por uma Golden logo que o roteirista abriu a porta. “Não chama que ela fica mais agitada” nos precaveu o roteirista de Cidade de Deus. Após a calorosa recepção da cadela, adentramos a casa de Mantovani que nos dirigiu ao seu escritório. O lugar pequeno, porém bem asséptico, matinha vários recados em inglês fixados na parede esquerda, contrapondo-se ao quadro branco que ocupava quase totalmente a parte superior da parede direita. No meio, uma longa bancada aparava um Mac, instrumento de trabalho do roteirista.
Enquanto os técnicos Luiz e César abriam as bolsas e capas dos equipamentos para depois distribuí-los pelo apertado escritório, as professoras Gláucia e Fernanda acomodavam-se de frente a Bráulio, que finalizava algumas tarefas em seu computador ao mesmo tempo em que se desculpava pelos cancelamentos e confirmações dos horários de gravação. Aos poucos, o material de filmagem terminava de ser montado, Mantovani já se postava em sua cadeira, e as primeiras conversas iam se iniciando.
“Gláucia, está gravando”, sinalizou Luiz. Ela prontamente explicou a Bráulio que lhe faríamos algumas perguntas, e que o intuito era deixá-lo à vontade para falar quanto e como quisesse sobre os assuntos apontados. “Vocês vão ter que me fazer muitas perguntas, porque não sei se vou render muito hoje”, disse um Mantovani já cansado pelo dia agitado, até ali.

Continua...